OPINIÃO POLÍTICA | José Martinez (CDU)
25 de Abril sempre!
No próximo domingo comemora-se o quadragésimo sétimo aniversário do 25 de Abril.
Vale sempre a pena recordar a data que terminou com 48 anos de ditadura fascista, 48 anos de opressão do povo português e dos povos coloniais.
Os avanços alcançados pela revolução popular nos meses subsequentes, que vieram a ser materializados na Constituição da República Portuguesa pela Assembleia Constituinte de 1976, continuam a resistir às investidas depredadoras das forças de direita.
O regresso dos DDT (Donos Disto Tudo), primeiro com pés de lã, depois já com botas, ainda não cardadas, têm mergulhado o país na corrupção assente na promiscuidade entre o poder político e o poder económico, com os consequentes prejuízos de quem vive do trabalho.
Os episódios do envolvimento entre membros do governo e grupos económicos e financeiros têm se sucedido, além da Operação Marquês, os casos BPN, BPP, BES/GES, EDP e os Vistos Gold, entre outros, têm servido para a comunicação social do grande capital criar as condições para o afastamento entre os cidadãos e os políticos e para o surgimento de partidos políticos de extrema-direita, criados e protagonizados por personagens antes acoitadas no PSD e CDS, fazendo crer que os partidos e políticos são todos iguais.
A subordinação do poder político ao poder económico, nacional e internacional, tem tido custos cujo fim está longe de se vislumbrar.
A alienação da nossa soberania com uma integração “federativa-subordinada”, não confessada, impede-nos de tomar as medidas necessárias ao nosso desenvolvimento democrático.
Nem o estado de “guerra” contra a epidemia conseguiu subordinar os interesses das grandes farmacêuticas à defesa da saúde pública, mas tem servido para, de estado de “emergência” em estado de “emergência”, aumentar a exploração dos trabalhadores e fazer cair o restante custo da crise nas pequenas e médias empresas.
A anedótica contratação das vacinas com o secretismo da subordinação política das instituições europeias, capa para a inércia do governo, suportada pela direita e Presidente da República, seria para rir se não fosse tão dramática.
A 24 de Abril de 1974 poucos admitiriam que no dia seguinte se iria dar início a uma nova era da vida nacional, mas alguns, de forma determinada, lutaram para que isso pudesse acontecer.
Para mim, para nós militantes do PCP/PEV, comemorar o 25 de Abril é renovar os votos de luta pela Democracia e pelo Desenvolvimento do povo português.
Ainda não é este ano que o PCP promove em Mafra o tradicional almoço comemorativo do 25 de Abril, almoço de convívio entre comunistas e outros democratas empenhados na acção política em Mafra, mas não vamos ficar em casa, estaremos presentes no desfile na Av. da Liberdade em Lisboa.
O FASCISMO NÃO PASSARÁ!
Mafra, 18 de Abril de 2021.
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